Quando pensamos em renda variável, talvez a grande máxima entre os investidores seja a discussão sobre o risco, o que certamente é compreensível, porém, e se eu lhe dissesse que, se você aceita o risco da renda variável, e tem perfil para tal, o verdadeiro risco é estar fora da bolsa nos momentos certos (e acredito, os momentos certos, muitas vezes, são somente dias).
Existe uma tendencia natural ao chamado stock picking, ou seja, os investidores estão sempre, em maior ou menor grau, tentando acertar os topos e fundos dos preços, o que tem se mostrado desastroso historicamente. Quando você, eventualmente, se convence que existe um movimento em andamento, a tendencia já começou (não raro, a muito tempo) mas essa não é a parte assustadora, acredite. Veja que dado chocante: se o investidor perde os melhores pregões ao longo dos anos (na tentativa de acertar onde comprar e vender nos movimentos de curto prazo) ele irá comprometer muito a rentabilidade da carteira.
O índice Ibovespa entregou, de maio de 2014 a abril de 2019, 86,6%, acima dos 65,5% entregue pelo CDI no período; dentro deste intervalo, o melhor mês foi março de 2016, com alta expressiva de 16,97%. Se o investidor tivesse perdido este mês, a rentabilidade cairia quase 30%, para 59,6% no período. Um outro dado de impacto, o investidor que estava fora da bolsa nos cinco melhores pregões de maio de 2014 a abril de 2019 teve retorno de 49,5%, quase metade da alta do período. Você, caro leitor, talvez suponha que esse fenômeno é exclusivo do mercado Brasileiro, porém, veja o gráfico abaixo do MSCI World:
O recado aqui é breve e assertivo, por pior que seja o seu sentimento, respeitar a alocação estratégica de sua carteira é fundamental para que seu rendimento de longo prazo seja satisfatório. Não se deixe enviesar, e muito cuidado ao tentar prever topos e fundos, melhor ficar dentro, sempre.
Um grande abraço e, até a próxima.
